segunda-feira, 18 de junho de 2012

Músicos se digladiam na internet? Isso é o Song Pop.

Um novo aplicativo para Facebook, tablets e smartphones se espalha feito uma epidemia: é o Song Pop, jogo de conhecimentos musicais em que contam tanto a precisão quanto a rapidez da resposta. Com uma média de 590 mil usuários por dia e 1,3 milhão por mês (números do site de medição AppData), ele tem feito um grande número de infectados em um contingente que não esconde sua erudição e paixão pela música: os artistas do pop-rock brasileiro. Gente como a cantora Pitty, o tecladista do Los Hermanos, Bruno Medina, o DJ do grupo Bonde do Rolê, Rodrigo Gorky, o produtor Péricles Martins (do projeto Boss in Drama) e o vocalista do Vanguart, Hélio Flanders, que gastam horas em desafios a amigos e desconhecidos.

— Semana passada eu apaguei o Song Pop do iPhone e do iPad, para ficar jogando só no computador — diz Péricles. — Tinha passado uns três dias completamente viciado nele.
— Na primeira vez em que joguei, foram umas 15 partidas na sequência, mas depois dei um tempo. Agora, seleciono oponentes, só entro nas disputas promissoras, para não cansar do jogo — conta Bruno.
Antes de dormir, em saguões de aeroportos, qualquer ocasião ou lugar é propício para uma partidinha, em que as músicas de um determinado estilo ou agrupamento são tocadas e você é confrontado com quatro opções de título (ou de artista) para marcar. Rodrigo Gorky logo foi fisgado pelo Song Pop.
— Houve uma hora em que eu entrei no piloto automático, nem estava me divertindo mais — conta ele. — Mas aí consegui pegar o pacote de funk carioca e voltei a jogar.
Desenvolvido pela empresa americana de criação de aplicativos sociais FreshPlanet, o Song Pop tem algumas opções de desafio feitas especialmente para o nosso país, como Brasil 2000, Brega Hits e Sertanejo. Mas um dos favoritos dos músicos é o Alternative 90s, no qual Gorky se diz craque: ele é capaz de se lembrar das músicas de grupos como Better Than Ezra, Superdrag, Semisonic e Fastball.
— Tem coisas que eu acho muito óbvias. Mas tem um povo que não conhece nem "Zombie", do Cranberries! — indigna-se o DJ, que tem entre seus oponentes favoritos Péricles Martins, jogador imbatível no campo da disco music.
— Gosto de pegar estilos que não conheço, acabo sempre sabendo um pouco mais de música depois das partidas — conta Péricles.
Pitty é uma que logo descobriu as vantagens de sair da sua zona de conforto.
— Fiquei surpresa ao perceber que em 60s Collection e Blues eu mando muito melhor do que pensava. E que Punk e Metal, em que eu achava que ia arrasar, às vezes me enrolo toda — conta ela. — Os instrumentais são bem parecidos e muitas vezes você só se dá conta de quem é quando entra a voz. Mas, se for Dead Kennedys ou Ramones, na guitarrinha já dá pra saber.
Bom jogador do Alternative 90s, Hélio Flanders, vocalista do grupo Vanguart, descobriu sua praia no Classic Folk Rock.
— Lá tem Beatles, Bob Dylan, Bruce Springsteen, Donovan... — lista ele, que andou se batendo com um amigo, o cantor e compositor Thiago Pethit. — O Thiago é terrível, ele comprou um pacote só com artistas franceses da década de 1960 (você ganha o direito de propor desafios com estilos mais excêntricos quanto maior a pontuação) e ganha todas!
Unanimidade negativa entre os artistas brasileiros é o desafio do Modern Rap. Poucos se arriscam nesse apanhado de hits recentes do hip-hop.
— Nesse, realmente é necessário usar a técnica do chute e da sorte! — diz Mia, vocalista do CW7, que exultou outro dia ao ver a música de sua própria banda, "Tudo que eu sinto", entre as opções da partida.
— Entre os estilos do Song Pop tinha que ter um Indie Brasil! — reivindica Hélio Flanders. — É inevitável que o artista se imagine no jogo.
Rodrigo Gorky vê o Song Pop como uma volta ao colégio, ao "eu sei mais que você":
— É aquele velho sonho de ganhar dinheiro com tudo aquilo que eu sei sobre música. Só falta o Silvio Santos ali!

Pagando mico

E, como nos tempos de colégio, no Song Pop não faltam os micos. Cada um tem o seu.
— Uma vez, caiu pra mim um clássico dos anos 1980, muito conhecido — conta Bruno Medina. — Eu fiquei olhando e ouvindo a música tocar, porque, apesar de saber a letra quase toda de cor, nunca me dei conta de que não sabia o nome daquela música.
— Já errei "Come as you are", botei que era do Guns N' Roses — confessa Hélio.
E Pitty? Bem, ela ainda está se decidindo sobre isso:
— Confundir Bruno Mars com Beyoncé é curioso ou só mostra minha alienação quanto às canções atuais?


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