Mais sóbrios mais maduros e vivendo seu melhor momento. Se o público cuiabano sente que demorou a poder presenciar a banda mato-grossense Vanguart novamente na terra de origem, ao menos agora poderão contemplá-los em seu melhor momento, conforme admitido pelo grupo. Com sete anos de estrada e nas costas o peso de estar concorrendo a um dos maiores prêmios da música brasileira, o VMB, ao lado de Rita Lee, Gal Costa, Marisa Monte e Emicida, a trupe retorna aos braços de seus primeiros fãs quase como heróis.
Olhar Direto e Mario Olímpio Artemídia apresentam Vanguart em show no domingo
Digamos heróis porque a cultura do estado ainda recebe pouco investimento e torna um destaque aqueles que se sobrepõem em mercados vertiginosos do sudeste. Por isso, não é para menos o orgulho que os cuiabanos sentem de Helio Flanders, Reginaldo Lincoln, David Dafré, Douglas Godoy, Luiz Lazzaroto e Fernanda Kostchak. Todos sem tocar para o público daqui a um ano, mas que neste domingo (2), reúnem toda sua musicalidade folk para nos relembrar ao vivo o porquê ganharam o peso na música que tem hoje.
O vocalista da banda Helio Flanders confidenciou ao Olhar Direto que a indicação que receberam este ano para o Vídeo Music Brasil – em nada menos que seis categorias – é muito mais do que todos eles poderiam esperar. Isso porque o percurso que tornou o trabalho “Agridoce” aclamado pelo público e como se mostrou, até mesmo pela crítica, foi de duro empenho, de forma independente inicialmente, e que como tudo na vida quando conseguimos algo com o sacrifício direto, tem um sabor muito mais prazeroso.
“Mesmo se tivéssemos tidos uma indicação, mas ter recebido seis foi muito mais do que eu esperava. Se não ganharmos nada já foi um peso enorme. Bancamos o disco de forma independente, fazemos a música pelo prazer mesmo e agora ver o Vanguart ao lado desses artistas e habitando esse universo de artistas que ‘são’ significa muito. Se estivermos nesse caminho já é um presente e uma recompensa, porque essa é a nossa paixão”, afirmou.
E agora o Vanguart retorna para Cuiabá como uma boa referência na música brasileira, mas não vem mais vezes pela falta de investimento da cultura na cidade. A falta de ‘interesse’ dos empresários em aplicarem seus ‘investimentos’ na formação da identidade da população e apostar na estrutura que o grupo requer são empecilhos diretos na hora da banda pegar a estrada e chegar aqui. Dificuldade essa que foge além do cachê concedido, mas engloba também toda a estrutura dos palcos, equipe, hospedagem, entre outros pontos.
Flanders afirma que espera que os ‘empresários, agitadores culturais’ tenham mais coragem na aplicação de recursos nessa área. Segundo ele, o dinheiro aplicado não serve somente para o lucro, mas é uma oportunidade de se investir na cultura local o que significa uma responsabilidade com o cidadão. Assim, fica dado o recado, e os cuiabanos podem apenas esperar que o ‘pedido’ de um músico que começou tocando com amigos e fazendo shows na escola de inglês em que dava aula, mas hoje é reconhecido nacionalmente, seja ouvido.
Reclamações, bajulações e pedidos a parte, ao menos por hoje os ‘nativos’ poderão presenciar o show da banda na Praça Santos Dummont, às 20 horas. O evento é uma parceria entre o Mário Olímpio Artemídia e o site Olhar Direto.
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